quinta-feira, 5 de março de 2009

Enjoy the silence

E São Pedro resolveu pesar na mão ontem e hoje! Foi água suficiente para o Jorge Ben fazer mais umas 8 continuações de Chove Chuva. Não é mole não.
Devo admitir que esse clima é o meu predileto. Talvez seja pela carga que ele traz consigo... Uma espécie de nostalgia melancólica... É a hora em que eu paro e começo a refletir sobre os meus loooongos e vividos 21 anos.
Sempre que chove forte, como hoje, eu me pego relembrando fatos que há muito foram esquecidos e tempos que, na minha mente, eram muito mais felizes do que realmente foram e que jamais voltarão e nem mesmo se repetirão.
E hoje foi um desses momentos. Lá estava eu, admirando as gotas caírem e lembrando da sensação que tinha ao tomar banho de chuva quando era mais novo. Era algo indescritível, liberdade pura e felicidade descarada. Ficava parado só deixando a chuva cair, com a idéia de que ela lavava minha alma, levando embora os problemas, as tristezas e até mesmo apagando os meus erros inconfessáveis. Aliás, costumava pensar que aquele era o meu verdadeiro momento de remissão de pecados, pois ali o negócio se resumia somente a mim a Deus e a chuva, sem ninguém, exceto a própria chuva, para intermediar. Sempre achei que ele havia criado ela para isso, uma chance de apagarmos aquelas coisas que somente nós sabemos e que jamais dividiremos com outro ser vivente. Quisera eu ter essa mesma sensação nos dias de hoje...
Nesses momentos de solitude começo a apreciar o silêncio que, por sinal, casa muito bem a chuva. Fico perdido em memórias, lembrando que os trovões já não me fazem correr para o braços de minha mãe ou para aquele abraço apertado em meu pai... Os monstros agora são outros e a realidade também...
O melhor dessa reflexão toda é que, no fim, sempre chego a feliz conclusão que tive uma infância incrível. A melhor que poderia ter. Permeada por momentos de muita alegria, boas gargalhadas e grandes aventuras... Todos é claro, banhados por ela, a chuva. E que momentos ruins, medos e provações sempre virão e, dia ou outro, também serão lavados e levados por este mesmo fenômeno meteorológico que vos falo. E se mesmo assim ainda restar algum medo, sempre terei aquele abraço para me proteger ou um colo gostoso para repousar essa cabeça tão pensante que insiste em fazer elipses ao passado. Por isso, não há o que temer.

Enquanto isso, no baú do TH...

Hoje, embalado por esse momento chuvoso, resolvi trazer uma música que fez 19 anos no mês passado, Enjoy the silence, do Depreche Mode.
A música é perfeita e a batida então... Eu sou suspeito para dizer, pois vivo nessa nostalgia de querer lembrar de coisas que não vivi e que não foram do meu tempo...
Lógico que todos que escutam rádio já conhecem, provavelmente a versão que a Jovem Pan fez questão de avacalhar, querendo fazer uma coisa super pra frentex e acabou criando uma bela porcaria (escute aqui, se tiver coragem), mas, se tem uma coisa que aprendi, gosto não se discute, ?
Os caras do Depreche Mode, inclusive, estão para lançar seu novo álbum, Sounds of the Universe, agora, no dia 21 de abril. Por falar nesse álbum... Eles liberaram o primeiro vídeo, que, vale ressaltar, é sinistro rapah... A música é ótima, mas o vídeo deixa qualquer um tenso. Meda! Quem quiser conferir, aqui o link da matéria com o clipe no final, lá do Bloody Pop.
O clipe é muito bacaninha também, nada de muito surpreendente, mas muito bom.
Para quem não conhece esse clássico, aproveite a música, ou melhor, enjoy the Silence!

Até o próximo post!

3 comentários:

  1. Ótimo post... parecia que tava falando de mim!!

    Acho que por eu ficar tão nóstalgica e querer de todas as formas voltar pra essas lembranças, é que eu não gosto desse tempo chuvoso...

    beijos amore!!!

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  2. Eu nunca curti mto as água de março.
    Mas me identifiquei quando você disse "pois vivo nessa nostalgia de querer lembrar de coisas que não vivi e que não foram do meu tempo..."

    tipo, eu gosto de Gundam, Evangelion, Jaspion, Changeman, Flashman, Jiraya, Kamen Raider e outros.

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  3. Ah sim, e o ralo é real. Eu tenho nojo deles, nunca encosto o pé.

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